quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Comida

Estou comendo agora meu prato preferido depois de noites punks, o prato é sempre o mesmo: miojo escorrido, dois ovos fritos na manteiga com queijo mais farofa pronta. Batizei-o de culinária do conforto. O prato é sempre o mesmo, já as noites, meus amores e amoras, é que nunca são iguais...
Quando hoje, uma grande amiga me disse que eu devia ganhar dinheiro contando as histórias dos meus desastres amorosos, saquei que faz tempo que o negócio não vai indo muito bem. Mas mesmo estando precisada de grana no momento, não abrirei minha boca. Porque é como diz uma outra grande amiga, se eu contar minha história pro carroceiro até o burro chora.
Isso tudo pra dizer que sim, ontem eu atendi o telefone, sim, ontem eu fui encontrá-lo, sim, ontem eu prometi para mim agir como uma boa amiga, sim, eu o beijei. Sim, sim, sim, hoje eu me fudi novamente.
Licença que eu vou acabar de engulir minha comida junto com o que me sobra de orgulho. Antes que esfrie.

2 comentários:

Leonardo Xavier disse...

Mágoas e desilusões sempre foram temperos ruins para qualquer refeição.

melhoras para a senhorita

Marcantonio disse...

Será tudo uma questão de gosto?
Bom saber que ao menos em relação a algo você não tenha nada contra o conforto. É engraçado, né? como num mundo em que a maioria só quer o conforto físico e material, ao mesmo tempo veem como pejorativa a palavra conforto aplicada à vida emocional ou... cultural. Só beber néctar e comer ambrosia deve ser uma chatice...
Bem, mas culinária de conforto mesmo é a da classe alta, neguinho não precisa nem contar três minutos no relógio. Sei que, no caso, a culinária é simbólica, mas aqui ponho um pouco do meu ressentimento social.

Tem sobremesa de conforto?

Beijo.

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